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30 de maio de 2012

Do café Camelo à Nova Delta, um negócio de família

Da torrefacção artesanal à Torrefacção Camelo

Os cafés Camelo surgiram em meados da década de 30 como uma torrefacção artesanal de café, de Joaquim dos Santos Nabeiro, Vitorino Silveira e Manuel Nabeiro. Quando Manuel Nabeiro morre, Rui Nabeiro, seu filho com ainda 17 anos, entra na sociedade em substituição das funções do pai.

A empresa, localizada em Campo Maior, à beira de uma vizinha Espanha a viver tempos conturbados da Guerra Civil, rapidamente cresce, fruto do contrabando que permitia vender o café além-fronteiras, e que deu o impulso necessário para o negócio se implantar. Surge pouco depois a Torrefacção Camelo, como sociedade entre os tios e Rui Nabeiro, já dentro do negócio.



A iniciativa própria da Delta Cafés

Não satisfeito com os condicionalismos da sociedade, Rui Nabeiro funda, em 1961, a sua empresa, com a sua esposa e filhos. É uma forma de dar lugar, agora, à sua marca e à sua iniciativa. A empresa conta inialmente com 3 funcionários e 2 bolas de torra de café, com 30Kg cada, e funciona num pequeno armazém de 50m2. É nesta nova empresa que cria a marca Delta.

No período seguinte ao 25 de Abril, com a independência das colónias, Portugal deixa de ser produtor para passar a ser importador de café. Neste período Rui Nabeiro chega a fretar um navio para importar directamente o café de Angola, como forma de este não esgotar no mercado nacional.

Duas décadas depois, e com o mercado nacional mais consolidado, inicia um novo período com o lançamento da empresa Nova Delta, que fica a gerir a actividade industrial, deixando para a outra a actividade comercial. É nesta empresa que são seleccionados e torrados os grãos de café que vão dar origem aos diversos lotes, consoante os produtos correntes da empresa.

Em meados da década de 1990 a empresa era já líder de mercado, contando com mais de 3000 funcionários.

O Grupo Nabeiro

O Grupo Nabeiro foi criado em 1998, agrupando 22 empresas que exploram, cada uma, uma diferente área de negócio. Desde a alimentação, bebidas, serviços, restauração e hotelaria, todo o canal HORECA está explorado e potenciado pelo grupo.

Fontes

História da Torrefacção Camelo
Camelo. o Café de toda a vida
História da Delta
O império dos cafés que bate o pé aos gigantes mundiais
Delta Cafés
Grupo Nabeiro

17 de maio de 2012

A descoberta do café

A descoberta do café está envolta em lendas que dificilmente poderão ser comprovadas, e que tanto apontam para o século III, ou IX, como o início do seu consumo.


A lenda do pastor Kaldi

o Pastor KaliUm pastor da Abissínia (actual Etiópia), chamado Kaldi, estranhou a agitação das suas cabras apóes estas terem ingerido as bagas de um arbusto (a que damos o nome de cafeeiro). Kaldi, então, provou estas bagas avermelhadas e sentiu-se também excitado, revigorado, tal como as suas cabras. Mais tarde terá comentado este acontecimento com um monge local que terá comprovado o efeito revigorante das bagas da planta e o terá dessiminado.
A palavra café poderia vir de Kaffa, uma província da Etiópia.

Outra lenda afirma que foi um monge árabe que primeiro começou a usar infusões das bagas do cafeeiro como forma de aguentar as suas orações nocturnas.

A importância comercial do café

As investigações botânicas sugerem que os cafeeiros terão tido origem na Etiópia, de onde seriam nativos, e que terão sido levados para o Iémen, Península Arábica, para serem cultivados.
da Etiópia ao IémenDe certa forma as lendas e a realidade podem aproximar-se num passado longínquo. O que é certo é que o café, como bebida de infusão, terá rapidamente sido disseminado, tendo o seu cultivo e comercialização ganho extrema importância no mundo árabe. Era vendido noutras regiões, como a Europa, como o vinho da Arábia. Vinho que, na palavra árabe, se dizia qahwa, e que por muitos é considerada a palavra que deu origem ao termo café.

O café terá sido pela primeira vez torrado na Pérsia (actual Irão), já no séc. XVI, talvez como forma de conservar por mais tempo as bagas, para suportar transportes mais demorados para paragens mais longíquas.

Esta bebida não foi rapidamente aceite no mundo católico, por estar tão ligado ao mundo árabe, muçulmano. Ela seria vendida na Europa, mas proibida aos cristãos. Terá sido o papa Clemente III que primeiro autorizou os católicos a usufruirem desta bebida.